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Crónicas do Chão Salgado

resistir e criar, por mais que nos salguem o chão dos dias | crónicas, memoirs, & leituras

Crónicas do Chão Salgado

resistir e criar, por mais que nos salguem o chão dos dias | crónicas, memoirs, & leituras

Kaput

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Os regimes totalitários começam por coisas simples. Pequenos tiques como convencer os povos que a censura é legítima, que os que não pensam como as instituições determinam se encontram entre os danados, cães do Inferno.

Os últimos anos têm sido uma demonstração de seleção da informação mostrada, impedimento do acesso ao contraditório e o fomentar de um espírito de intolerância e ódio para quem pensa diferente. 

São os tempos da anunciada polarização, em que ou se escolhe o branco ou o preto. Perderam-se as zonas cinzentas da aceitação do outro. 

Primeiro o inimigo era quem saía no confinamento, depois quem não se quis vacinar e, agora, já há outros a quem atiçar os cães. 

Todos os dias o mundo caminha para um lugar pior. E todos os dias, o pequeno inquisidor que há em cada um vem ao de cima.

Porque não há melhor ambiente para os senhores da guerra e os donos do mundo que a multidão inflamada contra o vizinho do lado.  

 

 

Estado de Urgência

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Cansativa, esta vida em estado de urgência. Este projetar no amanhã a possibilidade de uma certeza. Enquanto os três Cavaleiros do Apocalipse dão a cíclica volta pela terra, semeando fomes, pestes e guerras, esperemos que não espreite o quarto na derradeiro untar do umbigo do Homem ou no castigo final da mãe Terra.
 
O mundo está sempre em guerra. Sempre. Não é a fé, o conhecimento ou o progresso que a mantêm à distância. A arrogância e a ambição do Homem trazem-na sempre de volta. E mesmo perante ela, não há sinais de humildade da parte desta espécie danada. Só gritos de vitória antecipada e a euforia dos estrategas de sofá. 
 
E seguimos, rumo a uma Europa de novo enfraquecida, mergulhada numa crise dolorosíssima... onde quem ganha são sempre os mesmos. Porque é a esses que todo o conflito interessa, são esses que o urdem calmamente enquanto as atenções se desviam. E subitamente, os olhos que não quiseram olhar e os ouvidos que não quiseram ouvir, pasmam de espanto! Ah, humanidade perversa...