férias do mundo
Os resultados eleitorais demonstram o fraco conhecimento que se tem da história, o poder do voto do ódio e a polarização crescente que toma conta do mundo.
Há alturas em que sentimos que não fazemos parte desta sociedade porque estamos sós, porque não nos enquadramos e vivemos em perpétuo fingimento, porque achamos que ninguém nos quer ouvir.
Já passei por todas essas fases, como qualquer ser pensante.
Mas neste momento, o mundo cada vez me repugna mais.
E se lamento ter lançado a ele seres humanos que terão que chafurdar nesta merda, resta-me o consolo de terem as qualidades para o tornar um pouco melhor.
Seres humanos compassivos, que não descriminam o outro pela religião, etnia ou escolha sexual.
Seres que não acreditam na meritocracia e que assumem o seu papel contribuindo para ajudar os que têm menos oportunidades e recursos.
Neste momento até agradeço o confinamento.
Vou para casa. Já que me colocaram de férias... é do mundo que desprezo que tiro férias também.
Vou pintar, escrever, falar com os pássaros.
Avisá-los quando se aproxima o milhafre que por lá anda.
Ver a terra que dorme, a ganhar forças para a Primavera.