Além de não gostar de estar em casa, adoro cruzar fronteiras! Viajar é conhecer outros modos de estar, de pensar... de criar! E claro, de cozinhar.
Sou das pessoas que entra num restaurante de comida estrangeira e escolhe os pratos sem sequer saber o que levam. Adoro ser surpreendida, o desconhecido atrai-me até num prato de sopa! Já comi coisas que nem aqui refiro mas, que não arrisca...
E na Páscoa de 2019, passada em Florença, descobri uma das minhas receitas preferidas.
Por esses dias experimentei a maravilhosa "Zuppa di ceci e calamari". Não fazia ideia do que lá vinha, mas gostei de tal forma que voltei várias vezes e não descansei enquanto não descobri a receita!
Tornou-se um hábito cá de casa, o meu pessoal adora!
Zuppa di ceci i calamari
Deitar em azeite um dente de alho e uma colher de sobremesa de alecrim . Esperar que o aroma a campo invada a casa e alguém meta o nariz na cozinha "Que cheirinho bom, que estás a fazer?"
Sorrir misteriosamente e deitar um frasco de grão cozido na frigideira. Temperar com pimenta. Saltear até o grão começar a perder a casca e pular de contente na frigideira.
Colocar o grão num recipiente e juntar meio litro de caldo de legumes Triturar. Eu coloquei na Bimby que o faz melhor e mais depressa, a minha varinha já viu melhores dias... Ah! Reservar um pouco do caldo para as lulas, aí uma meia chávena.
Na frigideira deitar argolas de lulas descongeladas e cortadas aos bocados... ou inteiras, cada um sabe do tamanho da sua boca. Temperar com pimenta. Saltear enquanto de descolam os resíduos que ficaram na frigideira.
Juntar o caldo de legumes reservado e deixar estufar até estarem cozinhadas a gosto. Para mim, 5mn chegam.
Juntar as lulas ao creme e recordar as tardes de Florença...
Dia Mundial do Teatro. Nos últimos 25 anos Teatro é, para mim sinónimo de TEC, Teatro Experimental de Cascais. Até há meia dúzia de anos era o sítio mais próximo onde podia beber café, que acompanhava com uma empada de galinha. Eram deliciosas, as empadas, saboreadas ao som do resmungar de quem me servia... e que aprendi que não ser defeito; mas ser mesmo feitio! A par da bica, o Teatro tornou-se também um hábito e hoje, apesar de viver uma pouco mais longe, tenho ainda no TEC o sítio onde volto amiúde.
Mesmo em época de pandemia, continuei a ir ao teatro e se abrisse hoje, iria a correr. Inseguros são os transportes públicos e outros onde se cruza gente sem máscara, não as salas de espetáculo com regras cumpridas.
Hoje, o que não falta são espetáculos de teatro online. Muitas propostas, diversas e aliciantes! Não é o mesmo que estar lá, fruir aquela intimidade do olhar, da entoação da voz... a comoção que traz lágrimas aos olhos de sentir, fisicamente, a emoção que vem do outro. Mas dará para diminuir um pouco a saudade, espero eu...