Os regimes totalitários começam por coisas simples. Pequenos tiques como convencer os povos que a censura é legítima, que os que não pensam como as instituições determinam se encontram entre os danados, cães do Inferno.
Os últimos anos têm sido uma demonstração de seleção da informação mostrada, impedimento do acesso ao contraditório e o fomentar de um espírito de intolerância e ódio para quem pensa diferente.
São os tempos da anunciada polarização, em que ou se escolhe o branco ou o preto. Perderam-se as zonas cinzentas da aceitação do outro.
Primeiro o inimigo era quem saía no confinamento, depois quem não se quis vacinar e, agora, já há outros a quem atiçar os cães.
Todos os dias o mundo caminha para um lugar pior. E todos os dias, o pequeno inquisidor que há em cada um vem ao de cima.
Porque não há melhor ambiente para os senhores da guerra e os donos do mundo que a multidão inflamada contra o vizinho do lado.
A "Poesia Incompleta" reeditou “Ré menor”, da Patrícia Baltazar. Chegou hoje. Ainda estou a flutuar sobre as palavras e a atirar-me contra a parede dura, fria, onde está a poesia que lhe ficou por dizer.
Cansativa, esta vida em estado de urgência. Este projetar no amanhã a possibilidade de uma certeza. Enquanto os três Cavaleiros do Apocalipse dão a cíclica volta pela terra, semeando fomes, pestes e guerras, esperemos que não espreite o quarto na derradeiro untar do umbigo do Homem ou no castigo final da mãe Terra.
O mundo está sempre em guerra. Sempre. Não é a fé, o conhecimento ou o progresso que a mantêm à distância. A arrogância e a ambição do Homem trazem-na sempre de volta. E mesmo perante ela, não há sinais de humildade da parte desta espécie danada. Só gritos de vitória antecipada e a euforia dos estrategas de sofá.
E seguimos, rumo a uma Europa de novo enfraquecida, mergulhada numa crise dolorosíssima... onde quem ganha são sempre os mesmos. Porque é a esses que todo o conflito interessa, são esses que o urdem calmamente enquanto as atenções se desviam. E subitamente, os olhos que não quiseram olhar e os ouvidos que não quiseram ouvir, pasmam de espanto! Ah, humanidade perversa...
Vim dar um pezinho de letras e, claro, ver o que andava pela minha lista de “leituras”... e encontrei logo um Desafio da Abelha! Não resisiti e é respondendo ao desafio que aqui fica o meu estilo:
Cabelo... nem me lembro da cor original, está sempre com cores, o que se mantém é andar despenteado - quem tem caracóis, compreende-me...
Gosto de mistura de materiais e estilos diferentes, que contrastem. Não gosto de me vestir de “básicos”. Gosto de roupa estruturada e diferente.
Cores... não uso amarelo, roxo e suas variantes mas, de resto, não tenho problemas. Gosto especialmente de preto, vermelho, verde seco, bordeaux, castanho.
Só uso ténis para fazer caminhadas, não fazem parte do meu dia-a-dia. Adoro botins!
As flores abriram com se fosse primavera esperançadas por um calor súbito, uma ilusão de vida temporã. E depois o frio da noite, a quebrar as intenções do fruto.
O Homem negou-se o ritmo da natureza e agora, é Gaia que vagueia desnorteada entre os dias humanos, confusa e perdida.
O Caos é agora o senhor reinante enquanto os homens, teimosos na sua ilusão de poder, afundam na desordem a Terra e a Vida em todas as suas formas.
Mas do Caos nascerá a Ordem, que os ciclos acham sempre o caminho de se impor, são a única certeza. Embora nada tenhamos aprendido com eles, são a única certeza.
foto: a minha amiga Paulinha, qual Gaia perdida | fev 2022