a razão de escrever
Tenho pensado nas razões que me levam escrever.
Por estes tempos, o acto de escrever é o meu luxo de egoísmo ao final do dia. O meu salute per aquam em que me banho em ideias e palavras.
É o momento em que deixo de pensar em todos aqueles que agora me ocupam os dias e as emoções, dentro e fora de casa. É o momento em me vejo só.
E será por isso que, nos últimos tempos, escrevo sobretudo sobre mim, como só eu me interessasse.
Mas na realidade este é, no final do dia, o tempo em quem me resgato. Me recupero da exaustão de me dar a dobrar, tentando diminuir a distância, ludibriar o espaço cavado entre nós.
E a escrita surge, como um acto solitário e, inevitavelmente, voltado para mim. Procurando-me entre "os despojos do dia". Equilíbrio.
E vocês, escrevem pelas mesmas razões de há um ano atrás?