o sábado aperta
O sábado aperta, com o sol a dar o ar da sua graça.
O sábado aperta, com o canto dos pássaros que já não rumam a sul, alimentados por aí assim que acaba o verão.
O sábado aperta, com os risos das crianças que percorrem, nas suas pequenas bicicletas, o parque em frente.
O sábado aperta, nas mãos dos vizinhos que leem um livro na varanda e que, de quando em quando, as enlaçam.
O sábado aperta ainda mais quando corre o mar com os olhos.
Quando lhe adivinha a areia próxima, agora inacessível, onde queria mergulhar os pés, sacudir a solidão e o interminável dos dias.
O sábado aperta quando lhe encerram os passos,
mas a vida aperta quando lhe proíbem o mar...