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Crónicas do Chão Salgado

resistir e criar, por mais que nos salguem o chão dos dias | crónicas, memoirs, & leituras

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Serotonina, Michel Houellebecq

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Serotonina, de Michel Houellebecq, foi exatamente o livro indicado para as pausas entre uma enorme carga de trabalho que não serve para nada. Nada como um burocrata desencantado e a crueza da espécie humana para arrancar umas gargalhadas empáticas.
 
Este é num romance com um sentido de humor acutilante, como se esperava de um autor que procura ser fiel a si próprio.
M.H. é direto, incisivo e não traz qualquer visão poética do amor ou do desejo: as coisas são como são, as hormonas guiam-nos e dizem-nos que também chega o tempo de parar. Porque o corpo manda e a cabeça diz que já não há paciência.
É a história de um homem que vem de uma rotina de escritório e deambula entre relações (e memórias delas) ou melhor; anda aos tropeções por esses territórios. As ideias feitas e romanceadas da masculinidade, feminilidade são motivo de sátira, os objetos de desejo provocatórios. Entre outras considerações polémicas que não podiam escapar a alguém com um interesse tão profundo pelo que move o ser humano como M.H.
Uma viagem pelo amor, o desejo o passar dos anos. E, em jeito de M.H., animemo-nos: um bom prato de comida pode ser orgásmico…
 
 
 

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